Por Carlos Aguilera Publicado em 28/03/2025
(Foto: Renato Pizzuto/Ag. Paulistão)
O gol de Yuri Alberto na Allianz Arena, que garantiu a vitória no jogo de ida, asseguru ao ¨timão¨ a saída de uma longa fila de espera, conquistando o título.
O jogo não encantou. Os dois times se mostraram travados, contidos e sem grandes momentos. No primeiro tempo, a única cena que merece algum destaque foi a bola na trave do goleuiro Weverton, num chute de Garro.
No segundo tempo, tudo continuou moroso, sem inspiração, até o pênalti cometido pelo zagueiro corinthiano Félix Torres, que aplicou uma tesoura nas pernas do atacante Victor Roque. Daí, em diante, cenas lamentáveis, que vão do destempero absurdo do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, ao comportamento inaceitável da torcida do alvinegro, com seus sisnaizadores e rojões atirados no gramado, transformando o campo numa praça de guerra. Abel se desesperou, sem ter razão, por exigir a expulsão do jogador que cometeu o pênalti, alegando que ele já tinha cartão amarelo e seria merecedor de um segundo pela falta cometida. O português passou um atestado de despreparo emocional e de desconhecimento da regra, que determina que quando a ação do jogador resulta em pênalti, o cartão é considerado dupla puição, portantonão é aplicado.
Rafael Veiga, talvez afetado pela confusão criada por seu técnico, errou a cobrança. Torres, por sua vez, parecendo ávido para complicar as coisas para o timão, fez mais uma falta, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso.
Entre sopapos trocados por alguns jogadores, provocações desnecessárias, como Menphis subindo na bola, bolas de fogo no gramado e a incompetência da arbitragem que aceitou esse quadro dantesco, o Corinthians fez a sua parte, segurou o empate e conquistou o título.
O dado esdrúxulo dessa conquista fica por conta de Memphis, que vai embolsar a maior fatia da premiação pelo título. Um gatilho ativado no contrato pela primeira taça pelo timão, garante ao holandês R$ 4,7 milhões dos R$ 5 milhões pagos pela Federação Paulista de Futebol ao campeão.
A participação no estadual, garantiu ao Corinthians uma cota total de R$ 49 milhões. Independentemente da posição final no torneio, o Timão, o Palmeiras, o Santos e o São Paulo, receberam, cada um, cotas de R$ 44 mi da FPF.
Ao longo da história, 18 clubes já conquistaram o Paulistão, estadual mais antigo do País que foi disputado pela primeira vez em 1902. Os times da capital paulista lideram ranking de conquistas. Veja a lista de vendedores:
Corinthians: 31 (1914*, 1916*, 1922, 1923, 1924, 1928*, 1929*, 1930, 1937, 1938, 1939, 1941, 1951, 1952, 1954, 1977, 1979, 1982, 1983, 1988, 1995, 1997, 1999, 2001, 2003, 2009, 2013, 2017, 2018, 2019 e 2025)
Palmeiras: 26 (1920, 1926*, 1927*, 1932, 1933*, 1934*, 1936*, 1940, 1942, 1944, 1947, 1950, 1959, 1963, 1966, 1972, 1974, 1976, 1993, 1994, 1996, 2008, 2020, 2022, 2023 e 2024)
São Paulo: 22 (1931, 1943, 1945, 1946, 1948, 1949, 1953, 1957, 1970, 1971, 1975, 1980, 1981, 1985, 1987, 1989, 1991, 1992, 1998, 2000, 2005 e 2021)
Santos: 22 (1935*, 1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1973, 1978, 1984, 2006, 2007, 2010, 2011, 2012, 2015 e 2016)
Paulistano: 11 (1905, 1908, 1913*, 1916*, 1917, 1918, 1919, 1921, 1926*, 1927* e 1929*)
São Paulo Athletic: 4 (1902, 1903, 1904 e 1911)
Associação Atlética das Palmeiras: 3 (1909, 1910 e 1915*)
Portuguesa: 3 (1935*, 1936* e 1973)
Associação Atlética São Bento: 2 (1914* e 1925)
Americano: 2 (1912, 1913*)
Germania: 2 (1906, 1915*)
Internacional: 2 (1907, 1928*)
Ituano: 2 (2002 e 2014)
Albion: 1 (1933*)
Inter de Limeira: 1 (1986)
Juventus: 1 (1934**)
Bragantino: 1 (1990)
São Caetano: 1 (2004)
*Anos em que houve dois campeonatos, um organizado pela APEA e outro pela LFP
**O título do Juventus foi conquistado com o nome de Fiorentino e foi reconhecido pela FPF em 2021